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Episodio 15 - Começando a parecer sério

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Codinome Folk - Episódio 9

Entraram, pediram refrigerante e umas batatas fritas e puseram-se a conversar:
_ Veja bem, Den. Está no seu sangue Den.
_ O quê está no meu sangue? Olhe, nem precisa se preocupar, eu não tenho Aids...
_ Não é isso, Den! Quis dizer no seu dna, na sua família!
_ Quer dizer que meu pai é um tipo de agente?
_ Que bom você ter tocado no assunto. Escute com atenção... Tudo aconteceu há 15 anos... Foi roubado das instalações da Ausen, agência ultra secreta de espionagem mundial, um bebê, raptado por uma agência rival...

Denis ouvia a história, boqueaberto.
_ Não me diga que esse sou eu.
_ Digo sim.
_ Eu sou adotado?
_ Você foi roubado.
_ E meus pais?
_ São só agentes, pagos para te vigiar.
_ Você só pode estar brincando...
_ Acha que alguém como eu tem tempo para pregar peça em adolescentes rebeldes?

Denis se levantou, tirou uma nota de dez reais do bolso e colocou em cima da mesa. "Acho que isso paga o refrigerante", ele disse, e andou enfurecido bar afora. André o seguiu gritou, da porta do bar:
_ Olhe embaixo da cama e no espelho! E me encontre aqui amanhã!
_ Cala a boca! - o menino gritou e foi embora, sem olhar para trás.

André voltou à sua cadeira e pediu ao garçom:
_ Traz duas garrafas de cerveja, por favor! Essas crianças ainda me deixam louco...

Den correu para casa com os olhos lacrimejando. Quando leu sobre a "verdade" naquela carta, não esperava algo do tipo... Mas também não haveria porque o homem mentir. Quer dizer, se tivesse algum interesse, a essa altura já teria roubado-o, assaltado ou tentado tirar proveito de Denis de alguma maneira... Algo naquela história toda dizia a Denis que podia ser verdade...

Enxugou o rosto antes de entrar em casa e subiu direto para o quarto, onde se trancou e caiu na cama, pensando em tudo que André - se é que era mesmo o nome dele - lhe dissera. Bateu-lhe a curisidade de olhar debaixo da cama, mas sentia como se estivesse traindo seus pais, desconfiando deles. Depois de alguns minutos pensando naquilo, quando a curiosidade já corroía-lhe a alma, resolveu olhar debaixo da cama.

A priori, não achou nada de demais. Só aqueles seus papéis com desenhos estranhos e afins. Que aliás, já deviam estar ali há muito tempo... Resolveu tirá-los de lá: sabe-se lá o que tinha escrito neles. Quando entrou debaixo da cama, encontrou uma espécie de mini-microfone.

_ Uma escuta?! Estão transmitindo o que falo dentro do meu próprio quarto para algum lugar?

Com a curiosidade agora ainda maior, correu para olhar atrás do espelho: não era o seu espelho! Não aquele que trouxe da antiga cidade, aquele que tinha escrito atrás "caixa 2 - frágeis". O que diabos era aquilo? O espelho era idêntico! Sem pensar duas vezes, jogou o espelho no chão que se estilhaçou completamente. Em meio aos fragmentos de vidro refletor, encontrou uma câmera bem estreita. Devia estar entre o forro e o espelho. Claro que aquele material era transparente de dentro para fora, o que propiciava uma perfeita visão de quase todo o quarto.

Denis sentiu um gosto estranho na boca. Aquele gosto de angústia... Não sabia mais quem eram aqueles que ele chamava de pais. Não sabia mais se podia confiar... Não sabia nem mesmo quem era ele! Denis Schwaben... quem era de fato?

-------- Edição por Yaruka ---------

Dedicado ao amigo e parceiro do blog, Lucas Ferreira.

Roteiro de Guilherme Carvalho, participação e edição de Yaruka.