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Episodio 15 - Começando a parecer sério

domingo, 25 de outubro de 2009

Episódio 15 - Começando a parecer sério

_ Não se esqueça, não conte nada a ninguém!
Denis correu em direção a porta da escola, mas Sabrina o puxou.
_ O que você tá fazendo? Pra onde você vai?
_ Sabrina, finge que não viu nada, é melhor para você!
Sabrina não respondeu, apenas soltou o garoto e se escondeu, enquanto Denis corria para longe dali. O plano de Denis era dar a volta no colégio, mas não sabia que alguém o seguia. Quando chegou no estacionamente, ouviu um barulho e olhou pra trás, dando de cara com Fábio!
_ Fujindo da aula, hm?
_ Ah.. é você... por um momento pensei que fosse o diretor... olha, eu não posso conversar agora.
_ Ah, mas vai poder... lembra que você sempre me dedurava quando eu abria os armários?
_ Arrombava.
_ Arrombava é uma palavra forte... prefiro dizer que abria. A questão é que tá na hora de retribuir! - Fábio pegou no braço de Den, que num reflexo o joga no chão.
_ Qual é a sua, pirralho? Já viu o seu tamanho? Não quer vir por bem, virá por mal!
Fábio se levantou e Denis disparou a correr, mas foi pego pelo grandalhão, que o jogou no chão. Os dois começaram a brigar: chute pra lá, soco pra cá... no fim de alguns minutos, Den conseguiu derrubá-lo por cima do próprio braço, o que abriu brecha para uma fuga.

Den deixou o rapaz no chão e correu para a rua, quando um carro começou a buzinar, e quase o atropelou!
_ Ei! seu... André??
_ Entra no carro.
Denis entrou:
_ Eu peguei!
_ Boa, Den!

Nesse momento, alguém bate a porta detrás do carro: era Sabrina que acabara de entrar.
_ Okay Denis, agora eu não vou deixar você fujir por nada! Quero que me diga, AGORA, o que você estava fazendo, e quem é esse e...

Sabrina é interrompida por Denis, que arfava sendo sufocado por Fábio pela janela do carro. André puxou a arma debaixo do banho e atirou com dardo de Den-5, dizendo: "Já enxeu o bastante, moleque. Agora vai dormir". Fábio caiu, e Sabrina começou a gritar escandalosamente. Den pediu: "não atira nela!" Tarde demais: a menina caiu dura no banco de trás.
Den se desesperou:
_ Você tá louco?, olha o que você fez!
_ Coloca o cara e põe pra dentro do carro, não sabemos se são espiões.
_ E a Sabrina, o que fez?
_ Gritou. Odeio escândalos... além disso, sabe-se lá qual seria o próximo passo.
Den arrastou o valentão para o banco de trás e André acelerou.

No caminho para sabe-se lá aonde, André tentou puxar uma conversa.
_ Esquece a garota e me conta como foi lá com o programa.
_ Ahn.. eu descobri que sou melhor com computadores do que eu imaginava... mas que você já sabia dessa minha "habilidade oculta"... o nome dele é Treck, referência a "treco"... e ele é muito respondão, se quer saber. E ainda fica reclamando que o meu computador é muito ruim!
_ É... e a máquina é reflexo do criador... de quem era mesmo essa frase?
_ Eu não sou assim! Deixa eu te mostrar o infeliz. - tirou Treck da bolsa.
_ Liga ele.
_ Ligo nada! Isso fala mais merda que três "eu" juntos!
_ AAAhh, então pra quê tirou da bolsa?
_ Sei lá... sabe, pelo menos ele fez o trabalho dele direitinho. Se não fosse pela Sabrina, tudo teria saído perfeito! Ela é uma garota bonita, e tal.. mas atrapalha muito!
Depois de alguns minutos de conversas irrelevantes, André chegou ao destino:
uma casa nos limites da cidade, onde os dois desceram até o porão, onde se encontrava uma sala de computadores e equipamentos tecnológicos, "bem estilo FBI", como pensou Denis.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Codinome Folk - episódio 14

_ Bem, eu não sei, mas você foi bem rápido... E sim, eu posso falar, posso romper senhas, posso danificar computadores, armazenar arquivos visuais e de áudio com essa webcam, mas vou logo avisando, vou precisar de um HD maior e processador bem melhor que esse, e além disso. . .
- Você faz torradas? - Diz Denis interrompendo treck, enquanto se espreguiçava.
- Não...
- Então eu vou à cozinha comer algo, e depois você me diz o que mais você sabe fazer ou o que mais você quer!

Den sai e fecha a porta.
_ Garoto desaforento! - Reclama treck.

Denis senta-se à mesa da cozinha e se pergunta:
"Como eu criei aquilo? Talvez sejam habilidades genéticas... meus pais verdadeiros devem ser bons nisso! Mas o André me deu o CD sem explicar nada, ele deve saber que eu sei... Talvez meus pais já tivessem me ensinado... Aaah, eu vou comer! Depois eu vejo isso!"
Denis terminou de comer, e começou a pensar que com toda aquela "inteligência" que parecia emanar dele, talvez nem precisasse terminar o primeiro ano! Ele poderia agradecer ao professor de química que provocara tudo aquilo e...
_ É claro que não vou fazer algo assim. Tsc!

Denis subiu de volta para o quarto, colocou o laptop na bolsa(recém batizado de Treck), e saiu mais cedo para o colégio. Para que Treck não ficasse importunando-o, levou-o desligado, é claro. Quando chegou na sala da diretora, tinha alguém lá dentro. Era o zelador, que logo saiu levando uns papéis velhos e afins. Den entrou, colocou Treck sobre a mesa, conectou-o ao computador da diretoria e o ligou.
Treck "acordou":
_ O que eu devo procurar?
_ Eu tô muito tenso pra pensar nisso... Pega tudo!
_ Tudo? Você acha que eu tenho HD pra isso?
_ Tááá... então pega tudo que tiver com senha, pode fazer isso?
_ Posso.
_ Me avise quando terminar.

Denis pegou a arma e deixou a porta entreaberta, para vigiar. Passou-se um minuto, cinco, dez, quinze... Cansado de esperar, Denis voltou à mesa para saber o que acontecia:
_ Nada ainda, Treck??
_ Há muitas senhas. Com certeza este não é um simples computador de escola...
_ A aula vai começar logo... você precisa agilizar isso!
_ Talvez com um processador melhor...

Entretido com a conversa, Denis não percebeu que tinha alguém atrás dele...
_ Denis.
_ Sabrina?!
_ Você vai ter que me explicar isso direitinho agora!
_ Sabrina... eu não posso.

Ela sentou numa poltrona e continuou:
_ Então eu vou ter que contar à escola inteira o que eu vi?
_ Tá ceerto! Eu conto depois, mas agora não dá mesmo!
_ Não conta nada! - diz Treck.
_ O... o computador fala?!
_ Cala a boca, idiota! Eu pensei q vc era inteligente!
_ E sou. Já acabei e soltei o virus.
_ Então vamos dar o fora daqui!
_ Deniiis? Não tá esquecendo nada? - resmungou a garota.
_ Ah, se você quiser, pode sair também...

domingo, 4 de outubro de 2009

Episodio 13 - Treck!

Fitou os olhos da garota e tentou não gaguejar:
_ Por favor, Sabrina, eu nunca estive aqui, okay?
_ Como assim?!
_ Por favor! - Disse Den, já saindo correndo.

Tremendo, o garoto-espião andava rápido pelos corredores, pensando em como diabos fora arranjar uma testemunha daquelas... Saiu pela porta detrás do colégio, e bateu a porta, aliviado. Cochichou para se mesmo:
_ Sabrina, espero que não conte nada...

Respirou fundo e, quando se recuperou do susto, começou a caminhar devagar e tentar "segurar" o coração. Aproveitou que viu uma lanchonete e entrou para tomar um refrigerante. Lá ficou um tempo sentado, pensando no que faria depois dessa... Não chegou a conclusão alguma, de qualquer forma.

Envolto em seus pensamentos, mal percebeu que havia alguém sentado ao seu lado: era André, que já devia estar lá a alguns minutos.
_ Foi rápido, hein? Achou os arquivos?
_ Bem... não. - disse Den, frustrado. - Mas eu sei onde eles estão.
_ Sabe, é? Onde?
_ Na diretoria.
_ Você tem certeza?
_ Tenho, eu entrei lá. Mas tava no computador, e pedia senha de acesso...
_ Ah, eu deveria ter pensado nisso... Você vai precisar de um programa para burlar os sistema de segurança. Não é muito complicado... Tenho um no carro, vamos lá.

Chegando no carro, André começou a procurar algo no porta-luvas. Aproveitou para jogar uns papéis de propaganda fora, e pegou um CD, e entegou a Denis.
_ Aqui está.
_ Então... pra criar essa "inteligência toda" é só eu colocar o CD lá e clicar em avançar, certo?
_ É claaaro, que não! No cd só tem ferramentas. Você vai ter que programar do 0.
_ Como? Você só pode tá brincando comigo... eu mal mexo no Paint!
_ Se vira. Siga seu instinto.
_ Qual é...Eu não programo nem meu horário de estudo, como vou fazer isso? - resmundou o garoto, enquanto voltava para casa, cabisbaixo.
_ Horário de estudo? Você nem estuda... Hahaha - riu André baixinho.

Denis voltou para casa, vazia a essa hora. Até a irmã tinha saído pro Ballet, que inventou de fazer de uns dias pra lá. Quando chegou no quarto, ligou o computador e abriu o Paint, para fazer um desenho de André(com dificuldade). Enquanto ria da caricatura mal desenhada, escrevia na sua testa: "Noob".
_ Hhahahahaha![...] - Salvou a imagem (talvez mostrasse para André depois...)

Deixou o Paint e suas dificuldades de lado, e colocou o CD no drive. Abriu o aplicativo e viu vários códigos e artigos, pensando: "Dessa vez, nem o Shadow me salva...". De qualquer forma, começou a mexer, ficava parado olhando, tentando decifrar aquilo que mais lhe parecia japonês. Alguns minutos depois, o japonês mais parecia francês, que logo virou inglês, então se assemelhou a espanhol... Algo ali lhe parecia familiar. Começou a mexer nos arquivos e aplicativos, esperando que estivesse fazendo direito. Talvez estivesse estragando tudo... mas tinha que tentar! Algum tempo depois, quando Denis já estava se entendendo com o computador, chegaram sua mãe e irmã, que o chamaram para jantar.
_ Mãe, eu posso comer lá em cima hoje?
_ Ué, por que?
_ Eu tenho um trabalho enorme pra fazer... É pra entregar em três dias, então eu tenho que ralar.
_ Tudo bem. Fico feliz que esteja se empenhando na escola. Só não suje nada por lá!
_ Não vou! - fez um sanduíche rápido e pegou um copo

De volta ao quarto, deixou o sanduíche de lado e voltou ao trabalho. Depois de umas horas de trabalho sem-noção, é pedido um nome para o programa criado.
_ Nome... nome... Sei lá que nome eu vô por nesse treco... Treco! Boa!
Digitou treco, mas aquilo lhe soava mal.
_ Treco? Vou chamar de treco algo que eu criei? - apagou o "o" e colocou "k". - Treck... hum, ainda é treco, mas dá pra disfarçar.

Parecia que seu trabalho havia terminado. Bem, não havia mais nada pra fazer por ali, e, se houvesse, ficaria para depois...
_ Porque eu estou muito cansado... - disse Den, bocejando.
Não demorou a pegar no sono, e acordou com uma voz estranha dizendo:
_ Denis, acorde. Já está tarde.
_ Me deixa, paai... só mais cinco minutinhos...
_ Não sou seu pai.

Nesse momento Denis percebeu que ainda que fosse seu pai, isso seria estranho, porque quem sempre o acorda é o despertador. Maldito despertador...
_ Não é? - disse, já esfregando os olhos para ver melhor. - Olhava para os lados e nada via, até que percebeu um rosto pixelado na tela do computador.
_ Sou eu, Denis. Treck!
_ Treck?...
_ Eu sei, não é um bom nome, mas...
_ Você fala? - gritou o garoto, assustado.

_ Denis, o que foi? - gritou a mãe do outro quarto. - Aconteceu alguma coisa?
_ Não, mãe! Foi só...
_ Um pesadelo. - sugeriu o computador.
_ Um pesadelo!

Denis desceu da cama, e dessa vez, cochichou:
_ Como diabos eu fiz isso?

[Continua no próximo episódio!]

domingo, 27 de setembro de 2009

Codinome Folk - episódio 12

Só um monte de papéis inúteis com fichas de alunos e afins. A do Den, então, nem se fala da grossura de sua pasta. Deu uma folheada de curiosidade. Dava o dobro dos papéis dos seus amigos mais arteiros! É certo que com aquele número de "ocorrências", muito traficante deveria temê-lo... Caiu nos pensamentos de moleque, mas quando viu que a secretária já começava a se mexer, prestes a acordar, se concentrou no que tinha a fazer. Ligou a tela do computador e começou a revirar arquivos pessoais. Logo ele viu um documento de notas estranho: com nomes de pessoas, divididos por datas, cidades e movimentação. Mal Denis percebeu que não conhecia nenhum dos nomes cidados no documento, e em questão de segundos o arquivo fechou, pedindo uma senha. Com medo do que poderia acontecer se ele errasse a senha, o garoto se contorcia na cadeira pensando no que faria... E se ele errasse e começasse a soar um alarme: "Intruso, intruso!"? Típico daqueles filmes em que os seres humanos conseguem entrar em naves alienígenas...

Não havia mais tempo, a secretária já estava para acordar! Ele retornou o computador e as gavetas ao jeito que estavam, e se levantou da cadeira, quando ouviu algum barulho de fora. Pensou que fosse a secretária, mas quando olhou janelinha na porta, viu que era bem pior. Mais que desesperado, Den arrumou o que faltava na mesa e se agachou entre dois armários, colocando na sua frente uma caixa de arquivos antigos. Podia ter revirado eles antes de mexer no computador e correr o risco de explodir tudo... Imaginava que dessa vez ele não ia sair ileso... "Eu fui longe demais... longe demais...".

A maçaneta girava, e Denis estremecia. Fechava os olhos, mordia os lábios. O diretor Carlos Meireles entrou acompanhado de Sabrina, - que garota! - a garota mais linda do colégio, segundo Den. Se não fosse o tamanho do grandalhão que entrou depois, Denis não o teria percebido. Era um valentão com quem denis costumava ter problemas (muitos, muitos problemas!). Den não sabia se fechava os olhos, pensava em como sair daquela enrascada, ou olhava para a bunda de Sabrina(não, ele não conseguia fazer as três ao mesmo tempo). Então ele escolheu a mair produtiva.

Enquanto fitava o shortinho curto e justo de educação física da garota, entendeu que a conversa se tratava mesmo de problemas escolares. O tal grandalhão roubou o caderno da menina para pegar as respotas de uma tarefa, que o dedurou para o diretor.
_ E você veio aqui me dizer isso? - resmungava o diretor.
Mal a menina respondeu, ele se sentou na cadeira e voltou a falar:
_ Vocês alunos devem achar que nós diretores não fazemos nada da vida! Se toda vez que alguém copiar uma tarefa sua você vier me reclamar, não vai mais sair da minha sala.
_ É isso mesmo! - resmungou o grandalhão.
_ Você está suspenso, rapaz! - gritou o diretor.
_ Mas por quee?
_ Se uma semana de suspensão sua me render uma semana de paz minha, é um preço justo a se pagar.
A garota sorri, satisfeita.
_ Deniiise, traga-me um chá! Denise? - a secretária ainda "dormia".

Ele saiu do escritório, e a vendo naquele estado, chacoalhou-se e disse: "E um café para você acordar!"

Enquanto isso os dois discutiam na sala, até que o diretor gritou que se calassem. Logo o telefone tocou.
_Alô? Sim, sou eu. Eu estou um tanto ocupado agora e... urgente? Onde? Aahh... tudo bem, já estou indo. - desligou o telefone e se voltou aos jovens.
_ É urgente, mas acredito que seja jogo rápido. Vocês me esperam aqui, e se comportem, os dois.

Fábio, o grandalhão, voltou a discutir e ameaçou dar um soco na garota, que estremeceu. "Como?" O rapaz empurrou a garota contra os armários, e a menina caiu. Den se levantou, e, sem pensar, deu um chute por trás do joelho do valentão, que caiu por cima de dele. Denis bate com alguma coisa que encontrou em meio às caixas na cabeça de Fábio, que caiu desfalecido. Denis engoliu seco e deparou-se com Sabrina, que assistia à cena pasma.

Cara a cara com Sabrina, Denis não sabia o que dizer.
_ Denis, o que você faz aqui?
_ Sa-Sabrina...

domingo, 7 de junho de 2009

Codinome Folk - episódio 11.

Denis respirou fundo, colocou a mochila nas costas e entrou na escola. Como num dia normal, ele não entrou na sala.Passou pelos corredores e viu vários conhecidos, que, como Den, estão tentando escapar da aula. Ele mesmo já matou muita aula com aquela galera... Desde que passara a estudar ali. Ele e aqueles garotos e garotas sabiam cada truque sobre como não ser pego fora de sala. Se ao menos Den pudesse pedir ajuda de alguns deles... Den viu um supervisor vindo e entrou rapidamente no banheiro. Ele precisava pensar em para onde ir e como fazer... ou melhor, o que fazer. Ah... ele já havia fujido daqueles fiscaisinhos de corredor muitas vezes, e tão facilmente... Por que agora tudo parecia tão difícil?

Denis molhou o rosto na pia e entrou num box do banheiro, onde colocou os pés em cima do sanitário para que ninguém o visse. Lá, de rosto molhado, e com as pernas recolhidas junto a si, podia pensar no que fazer. Após um tempo se lembrou das palavras de André, que disse que o colégio seria o QG, porque era o lugar mais vigiado, sendo assim o mais provável para estarem os arquivos... A diretoria, então?! Den começou a suar frio, quando ouviu baterem na porta da cabine. A pessoa falou:
_ Ei! Tem alguém aí?
_ ... - Den não respondeu.
_ Ei cara, acho que essa porta tá quebrada. Não tem ninguém não.
O outro respondeu:
_ Porcaria de colégio. Nas outras cabines nem papel higiênico tem...

Ahh ótimo! Den nunca entrava numa cabine de banheiro que tivesse papel higiênico, e agora que entrou, além de não precisar dele, isso poderia ferrar a sua missão...
_ Ah, vamos chamar o zelador então. Eu que não vô ficar todo cagado.

Nessa hora, Den rolou o papel higiênico por baixo da cabine, delicadamente, até bater no pé de um dos garotos.
_ Não precisa mais. Tá aqui.
_ Nossa, que estranho...

Logo que os dois estraram nos boxes, Den tratou de sair do banheiro silenciosamente. A droga é que aquele episódio quebrou-lhe o raciocínio. Onde estava mesmo..? Ah, sim! A diretoria! Mas isso não era a solução, mas sim o problema! Como entrar lá?
Den saiu ainda pensativo e se esquivando dos supervisores, até o momento em que se encontrava a frente da diretoria, ele olhou pela janelinha e viu apenas a secretária intertida com alguma coisa no computador... ahh, mas essa seria a oportunidade! Denis olhou para os lados, não vi ninguém... Engoliu seco, ajustou a arma para meia hora, ainda dentro da bolsa. Abriu uma pequena brecha na porta e disparaou. A secretária cai por cima do teclado.
_ Yeah! Ponto! - cochichou Den para si mesmo.

Ele entrou, retirou o dardo(com ajuda de algum papel higiênico que trouxe do banheiro, afinal, não podia deixar impressões digitais), e a posicionou como se tivesse adormecido. Denis sentou na mesa do diretor, colocou as luvas e começou a procurar nas gavetas algo que o interessasse, mas não achava nada...

sábado, 6 de junho de 2009

Estamos de volta.

Os organizadores do blog lamentam pela pausa dada na história. Nós pedimos desculpas aos leitores e asseguramos que seremos mais responsáveis quanto à regularidade das postagens. Pedimos que vocês nos ajudem a fazer um blog melhor sempre: comentando, dando opinião, sugestões para design do blog, participando das pesquisas, etc.

Lembramos que os novos episódios são postados sempre aos domingos, com horário variável. Então, visite o blog às segundas-feiras e é certo que haja um novo episódio.

Por Yaruka(redatora).

domingo, 26 de abril de 2009

Codinome Folk -Ep. 10 - Primeira Missão

No dia seguinte Den acordou cedo e depois de pensar em tudo, se mostrou disposto a descobrir toda a verdade e acabar com as farças. Pegou uns biscoitos do pote e saiu em direção à tal praça. Lá ficou sentado por algum tempo no mesmo banco onde esperou para entregar o "sequestrado".

Ele mal sabia o que viria depois, não é? Bem, ele ainda não sabia... Depois de refletir um pouco foi até o bar. Ainda estava fechado, é claro. Mas o rapaz que lhe contava todas aquelas coisas no dia anterior ainda estava lá, parado em frente ao bar, de carro. Den chegou-se à janela, e o homem reclamou:

_ Pff. Estou aqui desde muito cedo. Ainda bem que você veio logo, já estava para desistir...

Den entrou no carro.

- Já está mais calmo? Imagino como deve estar lidando com isso tudo... A idéia a princípio era fazer um tipo de sequestro, um resgate, mas não conseguimos achar falhas no sistema de proteção a você.
_ Existe um sistema de proteção pra mim?
_ Sim. E muito bem planejado, por sinal. Me surpreendi com ele. Mais de 500 homens e mulheres, divididos em todos os bairros e locais que você frequenta ou pode frequentar.
_ Como se já não bastasse ser vigiado por quem eu pensei que eram meus pais... Se bem que eu sempre achei Celia(a irmã dele) muito dedo-duro!
_ Pois é... acho que ela não foi contratada, mas sempre serviu bem a eles...
_ Por que eu sou assim tão importante? Estou muito confuso, mas quero saber de tudo logo. Quem é você afinal?
_ Seu novo chefe.

Denis engoliu seco: "CHEFE?"

_ Após tanto tempo analisando o sistema que te protege, percebi que só há um local onde pode estar o Quartel General. É o local mais vigiado que você frequenta: em todos os corredores, salas de aula, locais ao ar livre, quadras... Nele só você é que pode tentar entrar sem ser notado, mas será nescessário grande agilidade e furtividade.
_ EU SABIA!
_ Sério? Como assim?
_ Aquele colégio tinha que ser coisa ruim: muito dever de casa, muitas horas de aula, pegavam muito no meu pé...

André sabia que tinha dado crédito demais a Denis... por mais que estivesse no seu sangue, Den era mesmo muito babaca pra descobrir tudo sozinho.

_ Pff. Isso não tem nada a ver. Você deve ser o pior aluno que este país já viu. Por que acha que nunca foi expulso de lá? Não podiam lhe expulsar. Isso causaria em total desordem no seu sistema de proteção. Uma mudança como essa precisaria de muito planejamento.
_ Então isso é uma missão? Entrar no meu próprio colégio é uma missão? Mas isso é muito fácil! Então qual é o plano? - a curiosidade e ânsia de aventura, de emoção, tomam conta de Denis. Talvez aquilo fosse realmente de família, afinal.
_ Isso é sério Denis. Você não tem idéia da gravidade da situação. Você vai ter que encontrar os papéis e os arquivos de computador onde estão as plantas, as táticas e tudo mais sobre o sistema de proteção a você e as pessoas que estão envolvidas nisso.
_ E quando será isso?
_ Sua aula começa em 15 minutos
_ Quê? Hoje? Ma... mas eu não trouxe nenhum tipo de equipamento... minha arma, eu também não trouxe.
_ Pegue esta. - disse André, tirando uma maleta preta debaixo do banco do carro.

Denis pegou a arma, muito parecida com a dele, por sinal, mas feita com os materiais corretos. Mais leve, e com um design melhor para atirar.
_ Eu vou usar arma de fogo?
_ Não! Esta também lança o Den-5 e está carregada com 20 dardos.
_ Ei! Você devia me pagar por isso! Fui eu que criei!
_ Quer usar a sua?

Denis examinou a arma... tão bonita... tinha uns detalhes laranja-metalico, bem bolada, digna de James Bond... algo que começou com uma simples experiência para a aula de química parecia estar dando certo.

_ Não, essa aqui tá boa, não vou cobrar nada não.
_ Outra coisa. Retire os dardos ao utilizá-los, não deixe pistas que alguém passou por lá. Sem impressões digitais, sem paredes derrubadas, nem nada do tipo!
_ Tsc... okay, okay... eu tenho uns amigos que entram em qualquer lugar sem ser percebidos, eles podem me aju...
_ Nem pensar! Isso não é faz-de-conta! Eles podem ser espiões para te vigiar.
_ Tem gente da minha idade nessa?
_ Cuidado até com recém nascidos... - Brinca André.
_ Não é o momento certo pra piadas.
_ Desculpa. xD
_ Quanto mais falo contigo, mais me sinto só. - reclamou Denis, que parecia realmente triste por isso.
_ Sinto muito, mas é simplesmente a verdade. É duro, mas você não pode confiar em ninguém.

Denis apontou a arma para André e falou: "nem em você?!"
André, assustado, arregalou os olhos.

_ HAHAHAHAH, Brincadeeeiiraaa!
_ Arrrghh! Garoto chato! Sai daqui, já está na sua hora!

Denis saiu do carro a gritos e gargalhadas. André sorriu e acelerou: "Nunca conheci esse senso de humor dele..."

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Codinome Folk - Episódio 9

Entraram, pediram refrigerante e umas batatas fritas e puseram-se a conversar:
_ Veja bem, Den. Está no seu sangue Den.
_ O quê está no meu sangue? Olhe, nem precisa se preocupar, eu não tenho Aids...
_ Não é isso, Den! Quis dizer no seu dna, na sua família!
_ Quer dizer que meu pai é um tipo de agente?
_ Que bom você ter tocado no assunto. Escute com atenção... Tudo aconteceu há 15 anos... Foi roubado das instalações da Ausen, agência ultra secreta de espionagem mundial, um bebê, raptado por uma agência rival...

Denis ouvia a história, boqueaberto.
_ Não me diga que esse sou eu.
_ Digo sim.
_ Eu sou adotado?
_ Você foi roubado.
_ E meus pais?
_ São só agentes, pagos para te vigiar.
_ Você só pode estar brincando...
_ Acha que alguém como eu tem tempo para pregar peça em adolescentes rebeldes?

Denis se levantou, tirou uma nota de dez reais do bolso e colocou em cima da mesa. "Acho que isso paga o refrigerante", ele disse, e andou enfurecido bar afora. André o seguiu gritou, da porta do bar:
_ Olhe embaixo da cama e no espelho! E me encontre aqui amanhã!
_ Cala a boca! - o menino gritou e foi embora, sem olhar para trás.

André voltou à sua cadeira e pediu ao garçom:
_ Traz duas garrafas de cerveja, por favor! Essas crianças ainda me deixam louco...

Den correu para casa com os olhos lacrimejando. Quando leu sobre a "verdade" naquela carta, não esperava algo do tipo... Mas também não haveria porque o homem mentir. Quer dizer, se tivesse algum interesse, a essa altura já teria roubado-o, assaltado ou tentado tirar proveito de Denis de alguma maneira... Algo naquela história toda dizia a Denis que podia ser verdade...

Enxugou o rosto antes de entrar em casa e subiu direto para o quarto, onde se trancou e caiu na cama, pensando em tudo que André - se é que era mesmo o nome dele - lhe dissera. Bateu-lhe a curisidade de olhar debaixo da cama, mas sentia como se estivesse traindo seus pais, desconfiando deles. Depois de alguns minutos pensando naquilo, quando a curiosidade já corroía-lhe a alma, resolveu olhar debaixo da cama.

A priori, não achou nada de demais. Só aqueles seus papéis com desenhos estranhos e afins. Que aliás, já deviam estar ali há muito tempo... Resolveu tirá-los de lá: sabe-se lá o que tinha escrito neles. Quando entrou debaixo da cama, encontrou uma espécie de mini-microfone.

_ Uma escuta?! Estão transmitindo o que falo dentro do meu próprio quarto para algum lugar?

Com a curiosidade agora ainda maior, correu para olhar atrás do espelho: não era o seu espelho! Não aquele que trouxe da antiga cidade, aquele que tinha escrito atrás "caixa 2 - frágeis". O que diabos era aquilo? O espelho era idêntico! Sem pensar duas vezes, jogou o espelho no chão que se estilhaçou completamente. Em meio aos fragmentos de vidro refletor, encontrou uma câmera bem estreita. Devia estar entre o forro e o espelho. Claro que aquele material era transparente de dentro para fora, o que propiciava uma perfeita visão de quase todo o quarto.

Denis sentiu um gosto estranho na boca. Aquele gosto de angústia... Não sabia mais quem eram aqueles que ele chamava de pais. Não sabia mais se podia confiar... Não sabia nem mesmo quem era ele! Denis Schwaben... quem era de fato?

-------- Edição por Yaruka ---------

Dedicado ao amigo e parceiro do blog, Lucas Ferreira.

Roteiro de Guilherme Carvalho, participação e edição de Yaruka.

domingo, 5 de abril de 2009

Codinome Folk - Episódio 8

Den sentiu-se enganado, fez todo o trabalho mas não recebeu a recompensa. Será que o enganaram mesmo, ou o homem foi novamente raptado?

Denis chegou em casa pensativo. Tão envolto em seus pensamentos, que nem se certificou para saber se ocorrera tudo bem com o vizinho ou se alguém percebera sua chegada fora de hora em casa. Mas o fato é que nada daquilo importava mais. Subiu para o quarto e se esparramou na cama de tão cansado. Caiu num sono profunto, tão profundo que mal teve tempo de tirar os sapatos. Dormiu de meias. Um tempo depois ouviu o chamado de sua mãe... estaria sonhando?

Ouviu passos curtos, que logo se aproximaram, dizendo:
_Desce, panaca. Há mais de dez minutos que a mamãe te chama para o jantar.

Bem, não estava de fato sonhando. A mãe realmente gritara seu nome. Foi até o banheiro, jogou uma água no rosto e desceu do jeito que estava: de meias e rosto molhado. A mãe perguntou por que estava daquele jeito, e ele respondeu que estudara muito a tarde.
_Como vai na escola? - perguntou o pai.
_Bem. Pode me passar o sal?
A irmã observava tudo calada. É claro que sabia que ele não havia estudado a tarde inteira. Não é menino de estudar. Seja lá o que fez a tarde inteira, não foi estudar.

Todos terminaram de jantar, e o pai foi até a sala assistir o noticiário local. Denis já estava preparando que cara faria se passasse algo sobre o ocorrido no bar, mas nada foi comentado. O jornal acabou como em todos os dias e nada relacionado ao bar foi noticiado. Den estranhou. Numa cidade pacata como aquela, um incidente daquele porte com certeza deveria sair no jornal. Voltou para o quarto decepcionado e confuso, e logo adormeceu novamente.

Dormiu a noite inteira como uma pedra. Na manhã seguinte, acordou já atrasdo para o colégio. Tentou lembrar tudo o que aconteceu no dia anterior, e no tempo que passou pensando nisso, se atrasou mais ainda. Isso o fez lembrar de uma coisa: desde que tudo aquilo começara, ainda não tinha saído da linha sequer uma vez no colégio. Não tinha mais tempo para pensar em como aborrecer os professores. Tinha coisas mais complexas... ê, vida de agente...

Deixou os sonhos de lado e se vestiu. Pegou qualquer pão na cozinha e saiu comendo no caminho para a escola. Chegando lá, o sinal já havia tocado quando alguém chamou seu nome. Gelou dos pés à cabeça. Engoliu o pão inteiro no seco, e acabou se engasgando. O homem no carro ao lado assistia à cena de engasgamento de longe sem entender direito. Gritou novamente: "Denis!"

Denis virou para trás e se aliviou quando viu que era o rapaz que ele salvara no outro dia. "Aaaah, se susto matasse..." O homem o pediu para entrar no carro, Denis exitou um pouco, mas logo estava dentro do carro. O homem se apresentou: disse que que seu nome era André. Den ainda tentou se apresentar, mas o homem disse que já sabia quem ele era. Logo se engajaram numa conversa um tanto estranha...

_ Então o cara que me mandou te salvar foi o mesmo que te sequestrou? - indagou Denis.
_ Não. Eu mesmo o mandei me salvar.
_ Como assim? Você mandou a mensagem ainda amarrado? -Den estava confuso.
_ Claro que não. Eu nunca fui raptado, e aquele bar nunca existiu.
_ Foi um sonho então?
_ Ahh... não foi um sonho, foi um TESTE.
_ Como assim um teste?
_ Suas habilidades, Den. Queria ver até que ponto elas já estavam desenvolvidas.
_ Como assim "já estavam"? De que habilidades você está falando?

O homem percebeu que a conversa seria longa, e convidou Denis a ir a um bar ali perto.
_ Você bebe?
_ Olha aqui, eu posso ser vagabundo, mas alcóolatra ainda não virei. Ainda.
O homem riu e estacionou perto do bar.

domingo, 29 de março de 2009

Codinome Folk - Episódio 7

Os dois entraram no carro e Denis acelerava. O vento no rosto e o seco na garganta se misturavam com a adrenalina e o medo. O silêncio dominava dentro do carro e o rapaz recém-salvo parecia mais perdido do que quando estava amarrado e com a vista impedida por uma faixa preta. Observava as mãos trêmulas de Denis, quando este desviou na estrada. Perguntou o que ele estava fazendo, mas o menino nada respondia.
Dez minutos nisso, silêncio e ânsia total, um lago surgiu na paisagem. Den parou o carro, se aproximou do lago, gritou pro céu e perguntou:

“O QUE É QUE EU TÔ FAZENDO AQUII?? ARRRGH!”

O homem observava de dentro do carro, e perguntou se Denis não era muito novo para aquele tipo de operação.

_ Novo? Hahahaha... Eu já fiz isso várias vezes – respondeu ele – Essa aparência de moleque é o meu disfarce. Eu até reclamei com a agência, porque é difícil se aproximar das mulheres com essa carinha de bebê, sabe? Mas eles dizem que eu ganho bem pelo que faço e não tenho do que reclamar...
O homem pareceu aceitar a resposta. Os dois se sentaram ao lado do lago, e ali ficaram por um bom tempo, jogando pedrinhas na água e olhando para o céu. Nesse silêncio, Denis começou a imaginar sobre a mentira que acabara de dizer. Disfarce... Mulheres... Agência... Bom salário... E se tudo aquilo fosse verdade? Quer dizer, e se esse resgate tivesse feito surgir em Denis uma vontade de fazer parte desse meio?

No meio dos pensamentos de Denis, o homem pergunta:
_ E aí, não tá na hora de irmos embora?
Denis não respondia. Continuava concentrado na água do lado e em seus pensamentos.
_ Ei, ei, garoto. Vamos embora?
_Ah... sim, vamos. E eu já disse que não sou garoto!
Entraram no carro e partiram para a cidade. Den deixou o homem num bar na rua da sua casa e pediu que ele esperasse lá. Den voltou ao local ond havia escondido o vizinho, colocou-o de volta no banco do carro, o inclinou de modo que o homem ficou deitado, e colocou as chaves nas sua mão. Logo esteve de volta ao bar, de onde levou o rapaz até a praça.

Sentaram num banco qualquer e esperaram cerca de uma hora. Den estava impaciente. Olhava para os lados esperando algum sinal, algum bilhete, algum homem macabro, algo do tipo. Em um momento, ouviu chamarem seu nome. Olhou para todos os lados mas não sabia quem o chamara. Quando olhou para o lado novamente, o seqüestrado já não estava mais lá. [...]

sábado, 28 de março de 2009

Codinome Folk - episódio 6

Teve uma idéia. Bateu o telefone e agradeceu ao rapaz do balcão e saiu. Rodeou o prédio por trás e começou a revirar a mochila: separou uns clips e um rolo de durex. Foi até o carro e pegou uma chave de fenda e um pé de cabra no porta malas. Começou a andar entre os carros, olhando seus interiores. Pegou a maior pedra que encontrou e parou quando viu um carro antigo, sem alarme. Tirou os clips do bolso e usou para abrir o carro.
_ Tudo bem, eu já fiz algo parecido uma vez - tentou acalmar a si mesmo.

Acendeu a luz do carro e se acomodou no banco da frente enquanto analisava o painel do carro. Usou a chave de fenda para abrí-lo, e o durex para manter a ligação. Posicionou o volante na direção do bar e prendeu a direção com o pé de cabra.
Den saiu do carro deixando a porta aberta.
_ Era uma vez...
Do lado de fora, colocou a pedra no acelerador e pulou para trás do carro ao lado.
_ Um carro antigo no meio do nada.

O carro bateu exatamente onde Den esperava, derrubando parte da parede. Enquanto todos corriam assustados do bar, Den sorria como nunca sorriu antes. Era exatamente como via nos filmes. É certo que antes, só fizera algo parecido com aquilo em um sonho. Mas sem dúvidas obteve maior êxito desta vez do que em qualquer sonho que por ventura tenha tido.

Entrou no bar passando por trás do carro. A maioria das pessoas já haviam corrido desesperadas dali. Encostou-se na porta e ouviu duas vozes masculinas. Nesse momento já estava preparando a arma. Den abriu a porta e entrou. Os homens se perguntavam que barulho foi aquele que ouviram. Quando Den ia descer a escada, ouviu passos e se escondeu atrás atrás da porta. Um homem alto subia a escada. Denis esperava, ansioso. Ele ainda gritou alguma coisa para o outro lá debaixo, mas Den não entendeu direito. Quando o homem terminou de subir as escadas e passou pela porta, levou nas costas um tiro de Den-5. Den recolheu o corpo caído no chão e o arrastou para trás do balcão.

A imagem do bar destruído, vazio e com um corpo escondido atrás do balcão o deu embrulho no estômago. Engoliu seco, não conseguia fechar a boca, de tanto terror. Sacudiu a cabeça e perguntou-se se queria ser um covarde pelo resto da sua vida(E ele foi covarde quando roubou o carro do vizinho? Quando, aos 9 anos de idade, cortou o cabelo da professora de ciências, na esperança de dar vida à loira do banheiro? Quando jogou um vaso na cabeça do ladrão que tentou roubar a sua casa durante a noite?).

Abandonou o homem alto atrás do balcão e pôs-se a descer a escada lentamente. Lá embaixo encontrou o outro homem, apontando uma arma para uma pessoa amarrada numa cadeira, e com a outra mão, deu um tapa no rosto do refém.
Den não pensou duas vezes e atirou no sequestrador, que caiu imóvel no chão. Ele desamarrou o rapaz, que fazia várias perguntas, que nem o próprio Denis sabia responder. Enquanto isso, caminhavam até o carro.
"Olha, eu não sei quem você é, nem sei porque está aqui. Nem sei porque EU estou aqui. Não me pergunte porque diabos vim lhe tirar daqui. Isso somente me pareceu divertido. Mas não temos tempo para conversa, entre no carro."

domingo, 15 de março de 2009

Codinome Folk - episódio 5

Den olhou para os lados, certificando-se que não haveria nenhuma testemunha e, sem exitar, ele ajustou a arma para 10 horas e disparou um tiro contra seu vizinho. O tiro surpreendentemente atingiu o pescoço do homem(ele nunca havia atirado nada além de pedra de estilingue). Ele arrascou o senhor até um beco perto de casa, e o cobriu com uns sacos pretos encontrados no local. A partir daí ele teria 10 horas para voltar com o carro, colocar seu vizinho de volta e fazer parecer como se nada tivesse acontecido.

Como Den já havia pego o carro de seu pai algumas vezes(e apanhou muito por isso, por sinal), ele já sabia dirigir. Ele acelerava, ouvindo o ruído do motor, fantasiando o que aconteceria quando chegasse a seu destino...

Tentava ao máximo 'parecer' mais velho do que de fato era: não queria ser barrado por nenhum guarda e estragar a missão! Missão? mas onde estava com a cabeça... o que o fizera deixar o conforto do seu lar, atirar em seu vizinho e roubar um carro só pra seguir ordens de alguem que nem mesmo se identifica? Fazia-se perguntas enquanto dirigia cauteloso... se batesse o carro, definitivamente estaria de castigo pelo resto de sua vida e as próximas trinta e sete encarnações.

Depois de uma hora de viagem, que a cada segundo o deixava mais empolgado com aquelas cenas de filme de ação, seguindo o mapa que o havia sido entregue com a carta, encontrou um barzinho no meio da estrada.

Desceu do carro com uma mochila nas costas, travou a porta e colocou o capuz do casaco. Leu a faixa: "Night Street Bar". Entrou, de cabeça baixa. Via somente alguns homens, caminhoneiros, ou pelo menos era o que pareciam. Sem saber o que fazer nem pra onde ir, Den puxou um banco no balcão e sentou-se, quando um homem com chapéu de cowboy, que aparentava ser o dono daquele empreendimento(pra não dizer joça), perguntou-o:
_ E aí, garoto? O que vai querer?

Den exitou. Temeu que aquele fosse o mandante. Ao mesmo tempo imaginou que tudo fosse uma brincadeira... de qualquer forma, teria que levar adiante.
_ E então, o que vai querer?
_ Telefone. Posso usar o telefone?
O homem apontou o telefone com a cabeça e um ruído: 'rum'.

Den tirou o telefone do gancho, discou qualquer número e finjiu usar o telefone, enquanto observava o bar.
_ Antônio? Antônio? Então, como eu disse, preciso dessa mercadoria para amanhã... - o velho do balcão ouvia à conversa, intrigado.
"Mas que merda eu estou falando? Isso é papo de traficante...", pensou Denis.

Por um momento pensou em ligar para casa. Olhou para o telefone, o telefone "olhou para ele"... pensou mesmo em ligar para casa e dizer: "Mãe, deram uma paulada no nosso vizinho, me enfiaram dentro do carro e me deixaram em um bar no meio da estrada...". Mas que diabos estava pensando? Antes voltasse a simular o papo de traficante do que pensar numa coisa dessas! Se metera ali porque quis, não foi? Pois que fosse até o fim!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Codinome Folk, episódio 4.

Depois de algumas semanas, quando Cynthia, mãe de Denis, resolveu dar "um limpa" no quarto e o mandou jogar papéis velhos no lixo, o menino se lembrou de guardar os papéis com dados sobre as experiências e resultados a cerca do líquido descoberto. Foi então que encontrou um papel de carta preto e lacrado, escrito. "A 'DenFive', em mãos, neste domingo". Curioso é que era realmente domingo, e Den se perguntava como o tal envelope havia chegado ali, e logo no dia em que seria encontrado. Separou os papéis velhos e inúteis num saco, guardou a carta no bolso e deixou o quarto para a mãe. Abriu o envelope e leu a carta:

"Esteja na praça do centro, amanhã ao meio-dia. Se você almeja a verdade, não se atrase. Tenho certeza que lhe interessa." Dennis olhou rapidamente no relógio, que marcava 8 horas e 20 minutos da manhã. E Denis pensou "eu seria louco se acatasse à essas instruções. Mães costumam alertar os filhos a não falar com estranhos nem marcar encontros com amigos da internet, mas isso já é demais! Como ele colocou essa carta aqui e no dia de hoje?". As dúvidas surgiam na sua cabeça, enquanto crescia cada vez mais a vontade de desvendá-las. Resolveu que iria ao local marcado. Seria uma praça, certo? Que mal o poderiam fazer numa praça pública?

Após o almoço, ao invés dos livros, Denis colocou uma muda de roupas na bolsa e saiu "para o colégio". Entrou numa Lanchonete, onde trocou de roupa e tomou um milkshake. Tinha de esperar até as 12 horas... Cada segundo com o canudinho na boca aumentava sua curiosidade... sua vontade de saber o que aconteceria dali a alguns minutos. Poderia muito bem ser brincadeira de alguém, mas... era elaborado demais para ser. De qualquer forma, pagaria para ver.

O relógio de pulso marcava 11:30, era hora de ir ao encontro. Saiu andando, tentando se manter calmo. Concentrado demais em seus pensamentos, por pouco não foi atropelado. Quando chegou à praça estava ofegante, teve que correr um pouco para não chegar atrasado. 11:58... Olhava para o relógio constantemente. Quando o relógio marcou meio-dia, Denis nem notou no homem que passou de bicicleta e lhe jogou um envelope nas pernas. Den abriu o envelope, de onde caiu uma foto, um mapa e um bilhete, que dizia:

"Vá ate um bar chamado Nigth Street, que situa-se numa estrada estadual, um pouco distante da cidade, onde está marcado no mapa. Pegue um carro e chegue lá o mais rapido o possível. Ao chegar lá você deve se dirigir ao porão, sem que ninguem o veja, mas as 18:45 essa pessoa que está presa no porão será levada para outro local, não permita que isso aconteça! Volte para praça com o resgatado as 20:00 Ass.: Sr. Folk".

Den se levantou sem tirar os olhos do tal bilhete. O coração dele batia mais rápido cada vez que relia o papel para ter certeza do que estava escrito. Enfiou o papel no bolso e correu de volta para casa, queria pegar a arma disparadora do Den-5. Por sorte a irmã já havia saído para a escola e os pais para seus respectivos trabalhos, o que facilitou tudo. Com a arma devidamente carregada e regulada(coisa que só ele mesmo poderia saber), saiu à rua, dando de cara com seu vizinho saindo da garagem no seu carro importado...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Codinome Folk - episódio 3

No outro dia, resolveu ir ao laboratório novamente, pegar alguns animais para servirem de cobaia. Pela manhã, de preferência antes do primeiro horário de aula, iria ao laboratório, com a chave que o professor o emprestara no dia anterior. Assim se alguém desse pela falta dos animais, levaria a culpa a turma da primeira aula.

Assim ele fez. Pegou uns sapos, uns ratos de laboratório, algumas seringas descartáveis e um pouco dos elementos que precisaria para fazer mais do tal líquido e escondeu num lugarzinho perto do banheiro da escola. No fim da aula pegou o material e levou para casa.

Colocou tudo na bancada de estudos, inclusive os bicos de bunsen que o professor disponibilizou para seus experimentos do trabalho. Esquentando o líquido e injetando direto nos animais, percebeu que todos acordaram, porém, uns antes ou depois dos outros. Começou a anotar os horários em que injetava em cada animal, e a temperatura do líquido, e descobriu algo interessante:

A 25°, o efeito do líquido dura 1 hora. A cada 10° abaixo de 25, o efeito perde 30 minutos de duração. Ou seja, aos 5º o líquido não obtém nenhum efeito. Já a cada 5graus acima de 25º, eram acrescidos 60 minutos ao efeito. Dependendo do tamanho do animal, o líquido demorava mais para fazer o efeito, o que necessitava doses diferentes para cada corpo.

Emocionado e orgulhoso pela sua própria descoberta, pensava como poderia usar aquele líquido. Não podia apresentar aquela fórmula no trabalho de química... e se o professor roubasse sua descoberta? Não mesmo, aquilo seria segredo seu. Seu e de Shadow.

Com o tempo foi desenvolvendo suas idéias, tentando projetar uma arma que lançasse algo com o tal líquido. Era tão empolgante saber que ele, Denis, conseguiu fazer uma daquelas coisas de filmes!

Sobre o trabalho de química, acabou tendo que apresentar as tais experiências bobas que encontrara na internet. Não se importou... prova maior de sua inteligência ele tinha ali, nas próprias mãos!

Com o tempo e algum material conseguido na oficina com seu pai, mecânico, conseguiu construir a tal arma que lançava dardos capazes de deixar animais em estado de coma provisório. Dentro de algumas semanas, conseguiu também embutir na própria arma um dispositivo que regula a temperatura do líquido à sua maneira, conseguindo obter o tempo que quisesse.

Quanto mais experimentos fazia, mais se fascinava com as idéias mirabolantes de como usar a arma. Batizou o líquido de Den-5, os cinco elementos usados na fórmula. Mas nunca a havia testado num ser humano. Com o tempo, deixou a arma e o tal líquido de lado, já que não havia encontrado algo realmente útil e seguro para fazer com ela. O pacto de 'segredo' com o cão ainda estava de pé. Ninguém além deles poderia saber.

Roteiro por Guilherme Carvalho
Redação por Yaruka

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Codinome Folk - episódio 2

Chegou em casa, já foi pesquisando, procurando, tentando... Todas aquelas experiências que ele encontrou na internet eram inúteis. Daquelas feitas em aulas de laboratório de 6ª série. Ele precisava de algo maior, algo que provasse para todos que ele era vagabundo, mas não burro.

Nada do que ele pesquisava parecia bom o bastante, então resolveu ficar as tardes no colégio para fazer experimentos no laboratório de química. Hidróxido de sódio,soda cáustica, álcool etílico, água destilada... não, nada... outra tentativa... nao, também não... ele pegou elementos de toda cor e qualidade e misturou, esquentou, mal sabia o que fazia. Mesmo os elementos 'proibidos', os colocados num armarinho lá em cima, ele usou. O professor das aulas de laboratório o proibiu de mexer com tais materiais, mas Denis pegou as chaves na gaveta da bancada dele e abriu o armário.

Por mais que misturasse tais elementos, não parecia obter nenhuma explosão(como ele via nos filmes), nada de inesperado, empolgante ou mesmo interessante. Nesse dia Denis se arrependeu de nunca ter se interessado pela química. Guardou os resultados em tubos, enfiou-os na mochila e foi para casa.

Já em casa, antes de dormir, perguntava-se como ia sair bem desse trabalho. Podia pagar um nerd... não, ainda queria provar que não era burro. Precisava pensar em algo... só tinha mais alguns dias, e nenhuma idéia. Pensando no pouco de química que ele já aprendeu na vida, pegou no sono, e acordou no outro dia de manhã com o som do despertador.
_Pára, porcaria! - deu um tapa no celular, que rolou no chão.

Quando se levantou e tirou a blusa para trocar de roupa, se depara com seu cachorro estatelado no chão. E não parecia estar dormindo.
_Shadow? - se abaixou e virou o bicho de frente. - Shadow! Shadow!

Sacudiu o cachorro, e nada. Do lado do animal estavam cacos de vidro e o algum líquido das suas experiências.
_Ai meu Deus... Por que eu fui deixar isso aqui? Cellie me mata se vir uma coisa dessas!

Então ele se arrumou, pegou a mochila, enrolou o cachorro num lençol e saiu escondido, sem nem tomar o café. Levou o cachorro numa clínica veterinária e ficou de voltar lá no invervalo de aula do colégio. Voltou, e ficou pasmo quando soube que o cachorro quando chegou na clínica estava em um estado de 'coma'. Que curiosamente passou depois de algumas horas.

Dennis agradeceu pelo cachorro estar bem e o levou de volta para casa. Imaginando se foi sua fórmula que causara aquilo. Chegou em casa pensando se testava o tal experimento nele novamente. Resolveu não arriscar mais o coitado do Shadow.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Codinome Folk - episódio 1

Era uma segunda-feira em uma escola pública da pequena cidade de Rio Claro. Primeiro dia de aula pós-recesso. Na sala 13A do primeiro ano do ensino médio, os alunos chegavam sonolentos para a primeira aula, que seria de química.

O novo professor entrou em sala já expondo a matéria da primeira aula. Após fazer os rabiscos no quadro, o professor vê que há dois alunos atrasados na porta da sala. Não os deixa entrar.
_Diz, Carlão! Eu cheguei atrasado porque...
_Não me venha com desculpas, Senhor Denis. Já para a coordenação.

Denis nunca foi um bom aluno. Foi expulso do antigo colégio por destruir o banheiro feminino, e já era marcado por praticamente todos os professores da nova escola. Sabe-se lá o que aconteceria com ele se fosse expulso daquela também, já que só haviam duas escolas com ensino médio naquela cidade. Talvez seus pais o mandassem àquele fim de mundo onde moravam seus tios. Aquela cidade que fazia divisa com o inferno...
_Denis?
_Ahn?

Passara tanto tempo pensando no seu futuro, possivelmente horrendo, que nem notou que já havia chegado a coordenação.

_Denis Schwaben.. por que será que não é novidade lhe ver por aqui?
_Nós já viramos parceiros...
_E pensar que eu já aprendi como se pronuncia esse nome estranho... Deixando nossas desavenças de lado... Sabe que está na corda bamba, nao é? Suas notas caem cada vez mais, e seu comportamento é digno de um meliante. Nem no primeiro dia você consegue fazer as coisas direito! Você sempre diz que tenta mudar, mas comete sempre os mesmos erros.
_Eu não tenho culpa se esses professores têm marcação em mim.
_Você é que tem marcação com eles. Aliás, com todos nós. Todos já fomos vítimas de uma de suas brincadeiras de mal gosto. Não tenho mais como lhe sustentar nessa escola.
_Tá falando em expulsão? Não faça isso comigo! Já fui expulso da outra escola, e se for morar com os meus tios, eu me mato! Juro que me mato!
_Não faça drama, Denis.
_Eu me mato, está ouvindo?? ME MATO! - iniciou uma crise de choro, seu rosto ficou vermelho e descabelou-se totalmente.

A coordenadora o mandou parar, disse que o daria uma última chance.
_Escute aqui. Essa será sua última chance de fazer algo certo. Vou conversar com o professor de química, e se ele lhe der uma chance, Denis, trate de não pisar na bola. Um passo em falso seu, eu estarei preparada pra lhe colocar pra correr desta escola!
_Sim senhora! - brincou ele, prestando continência.
_Arrgh!

Foi passado a Dênis um trabalho de química, que consistia numa pesquisa acompanhada de um experimento, que deveria ser apresentado dali a uma semana. Naquela semana, o garoto não fazia nada senão aquele trabalho. Era experiência isso, apresentação aquilo, não falava em outra coisa. Queria fazer o melhor trabalho possível, deixar de queixo caído aquele velho barrigudo que não o deixava dormir nas aulas de química!